domingo, julho 31

Fale com moderação. A ressaca moral costuma ser implacável.

Bom senso, educação, cortesia, camaradagem, empatia.
Falar com alguém, sobre alguém, para alguém, tudo isso requer minimamente um código de comunicação bem conhecido de todos, onde há limites que vão se definindo conforme o assunto e os personagens envolvidos.
Não há tema que seja tão livre e tão independente que possa abrir mão dos preceitos básicos de um bom diálogo.
Falar apaixonadamente sobre determinado assunto é empolgante, contudo, há o momento de pausar e conceder a voz à outra parte.
Defender um ponto de vista é dos melhores usos da palavra, mas se a defesa vem acompanhada da tirania, os argumentos empobrecem e perdem o valor.
Contar algo de alguém para outro alguém requer responsabilidade e uma forte resistência aos floreios. Se afrouxar,transforma-se em fofoca.
Falar somente para agradar, puxar saco, tentar vantagens, é fazer uso inconsequente da oportunidade de se posicionar.
Ofender, humilhar, maltratar, caluniar, é a palavra em sua expressão mais vil, quando deixa de ser um elemento de ligação e se transforma em dardo, até mesmo em bala de canhão.
Quem fala nem sempre se dá conta. A necessidade de falar é maior do que o dever de calar, ou mudar o discurso.
Tem gente que ganha no gogó. As palavras assertivas e fortes invadem chutando a porta, sem defesa para os argumentos sensatos.
Tem gente que perde a vez de falar. Não consegue organizar as ideias, passa a vez e permite que outra voz represente seus interesses.
Para todos os usos e abusos da palavra, estão de prontidão as devidas consequências.
Uma noite inebriante de palavras de sentidos e intenções tortos, é seguida de enorme ressaca moral.
Ressaca moral é aquela coisa horrível que eu falei e em seguida me arrependi.
É aquela verdade que eu revelei injustamente, aquele fora que disparei, a saraivada de ofensas que não economizei.
Ressaca moral é o enjôo causado pela insuportável embriaguez de achar que eu posso falar tudo o que bem entender, sobre quem quiser, a quem eu quiser, do jeito que eu quiser.
Ressaca moral é o veneno saindo pelos poros, a vergonha rosnando no espelho, a vontade de ter calado a vontade de falar sem pensar.
Mas, a palavra não volta!

Publicado em Conti Outra em 31/07/2016.

Deseje o bem e deixe ir

Deixe ir para longe aquele pensamento que embota, aquela ideia fixa que faz surtar, aquele sonho de consumo que destrói o orçamento, aquela comida que só preenche a carência, aquele sentimento que empurra para o buraco.
Deixe ir na direção contrária a palavra atravessada que tentou roubar o bom humor, o voto de confiança que se abalou, as ideologias que caducaram, as certezas que não se revelaram, o amor que não germinou.
Deixe ir sempre desejando o bem, o melhor possível. Deixe ir sem despedidas, sem promessas, sem sucessivas tentativas.
As melhores decisões da vida quase sempre são decisões de deixar ir, porque são as que exigem muito desapego, mas que trazem um alívio gigante depois de tomadas.
As decisões de deixar ficar são mais mansas, mais naturais, espontâneas e, quase sempre, tomadas em par, em consenso.
Deixar ir é passar por cima de algumas construções, investimentos, esperanças. Mas também é garantir libertação, independência. É concluir, finalizar, romper para se recompor.
Deixe-a ir, deixe-o ir. Se não há razão para ficar, que não se demore a solução.
Deseje o bem, queira o bem, ainda que tenha sentido o gosto do mal. Só dessa forma é possível ficar e recomeçar.
Publicado em Conti Outra em 30/07/2016

sexta-feira, julho 29

A intrigante felicidade!

Pode-se levar toda a vida numa perseguição implacável para conquistar e aprisionar a felicidade. A mesma felicidade que se mostra em raros momentos, espontânea e grandiosa, que costuma levar consigo a faixa de “o dia mais feliz da vida de alguém”.
Ser feliz é algo intrigante. Se sou inteiramente feliz, não há nada mais para conquistar, nada mais a aspirar. Somente respirar a felicidade.
Sentir-se feliz já é mais animador. Hoje me sinto feliz! Amanhã, não sei, mas vamos aproveitando o dia feliz.
Perseguir a felicidade como um objetivo, esta é uma tarefa árdua e certamente será preciso provar mais do que se gostaria da salada de frustrações, enganos, decepções e mentiras.
Conquistar a felicidade de vitrine, envernizada e exposta numa atraente moldura, é admitir para si próprio uma vida artificial, dedicada à conquista e manutenção de um determinado público, embora indiferente.
A felicidade genuína é um sopro, um clarão que ilumina melhor a vida, nos faz ver cores, sentir cheiros e sabores, de um jeito especial do que comumente o fazemos.
Mas, viver sem a companhia da felicidade o tempo todo também é produtivo, é instigante!
Provar da mesma comida por muito tempo nos faz desejar outra comida. Andar pelas mesmas ruas nos atiça a curiosidade para outros cenários.
A felicidade inebria. Sentir-se feliz é experimentar a vida em seu formato perfeito. Mas, tão longe andamos da perfeição, que até injusto seria se fôssemos felizes pelo tempo todo.
Melhor acordar todos os dias e perseguir objetivos possíveis, com bom ânimo, força e vontade, ainda que nem todos os dias seja hasteada a bandeira da felicidade, do que se recusar a levantar para a vida enquanto ela não garantir felicidade integral.
Não há garantias de posse, mas que ela existe, existe, ainda que fujona e intrigante.

quinta-feira, julho 28

Com licença, essa vida é minha. Meta-se com a sua!

Na minha vida há lugar para dúvidas, medos, bobeadas, infantilidades, ressacas. E tudo isso junto e muito mais. Na minha vida há lugar para comemorações, gargalhadas, defesas exacerbadas, abraços sufocantes. E mais, bem mais.
Mas, na minha vida não há lugar para pitaco, fofoca, questionamentos, julgamentos.
Curiosa é a impressão de que minha vida está sempre fora do lugar. Nunca organizada o bastante, jamais assentada em base sólida. Uma vida que flutua e segue à mercê das luas e marés. Assim ela é, mas é minha e de mais ninguém.
Minha vida é uma casa, às vezes aberta à visitação, outras tantas, fechada para limpeza e reparos.
Minha vida é um livro, com partes enfadonhas alternando com capítulos de tirar o fôlego.
Minha vida é uma bicicleta que ganha velocidade nos trechos sem obstáculos mas passa maus bocados nas ladeiras.
Minha vida é um par de óculos cujas lentes só garantem a visão até o grau que suportam. Mais do que isso, embaçam.
Minha vida é uma banda com os instrumentos lutando pela tão sonhada harmonia e ritmo comuns.
Minha vida é um barco que aguenta firme os solavancos das águas e também medita na calmaria.
Uma vida não é diferente de nenhuma outra vida. Estar vivo e encarar toda a bagunça que vem pela frente, eis a arte que vai fazer a diferença entre as vidas.
Mentira seria dizer que uma vida recebeu porção maior ou menor de sorte na vida. A vida já uma sorte, das grandes!
Os amores que colorem a vida podem se demorar mais em uma vida ou em outra, mas, e sem nenhuma dúvida, são os amores daquela vida. Moraram nela com permissão. E, se foram embora por vontade ou por convite, isso é das coisas que fazem parte da vida.
Falando em convite, e é por isso que fala da vida, creio que deveria ser proibida a entrada, permanência, mesmo que furtiva, de uma vida em outra vida sem a devida autorização.
É invasão de propriedade, de privacidade, de personalidade.
As vidas se tocam, se trocam, se compartilham. Mas uma vida não deve ser invadida, nem pilhada, amordaçada ou confiscada.
E, se em qualquer momento da vida essa ameaça parece ganhar vida, este é o momento certo de banir para o mais longe possível, e, para ilustrar, talvez usar a tão famosa quanto eficaz frase: “Meta-se com a sua vida!”

quarta-feira, julho 20

Uma vez pipoca, nunca mais milho duro!

Mudar é passar para outro estado, outro lugar, outro foco.
Tem gente que muda espontaneamente, sem sofrimento nem dor, delicadamente, como a passagem do sol pelo dia. Tem gente que enxerga vantagem em não ser a mesma pessoa todos os dias, que se transforma sem dramas, inspira os demais, vive a real liberdade que transcende os rótulos e aprovações. Essa gente é pipoca fresquinha, cheirosa, que a gente fica com vontade de encher as mãos e saborear.
Tem gente que não espera o apito final, que aproveita as chances e se joga, se veste com outras ideias e outros cenários. Gente que não teme aquela olhada para trás, não deixa que o saudosismo engesse as pernas e segue em frente, sorvendo e digerindo as transformações. Essa gente é pipoca das boas, que estoura enorme e inspira os milhos indecisos.
Mas tem gente que luta e reluta, que só vê cansaço e trabalho na mudança, que sofre e se contorce quando a vida convida aos novos desafios. Gente que se jogaria debaixo do sofá para esperar a transformação passar. Que não ousa mudar nem mesmo o lado para onde cai o cabelo. Que acredita em azar, torce para que nenhuma surpresa abale a rotina, nenhuma notícia mova as coisas do lugar.
Essa gente é milho duro que resiste, vai se deixando ir para o fundo do saco, se escondendo, fingindo ser até mesmo feijão, para não se deixar cair no panelão da vida. Esse panelão que sacode tudo o tempo todo e exige o máximo de resistência, flexibilidade e, muitas vezes, união de quem está dentro, para não desandar.
Os milhos duros não percebem quando já estão mudando de cor, ficando ásperos e sem sabor. Acreditam que a metamorfose da panela é mais dolorosa do que a fuga das mudanças. Observam os ímpetos dos corajosos e torcem silenciosamente para que nada dê certo, para que algo comprove suas teorias, e confirme que seus temores fazem sentido.
Os milhos duros não sabem que as mudanças os conectam com o tempo, os colocam em sintonia com as evoluções e transformação. Se isso soubessem, não hesitariam.
Na agonia de se preservarem e não se alterarem, desprezaram as habilidades de adaptação e progresso.
Para ser milho duro é preciso resistir, mas, para virar pipoca, basta se jogar!
E uma vez pipoca, nunca mais milho duro.

Publicado em Conti Outra em 20/07/2016.

terça-feira, julho 19

Confiança é um cheque em branco ao portador

Confiança é uma entrega, um compartilhamento, um passe livre.
Confiança é uma cerca derrubada, acesso liberado, um cheque em branco ao portador.
Onde a confiança mora não há vaga para o ciúme. Na casa da confiança não há trancas nem grades. A luz é farta e explicações não são necessárias para iluminar dúvidas ou incertezas.
A confiança sempre busca por outra igual. Quando se engana, lamenta, sofre, quebra em mil pedacinhos. E só se cura e se renova por meio outra prova de confiança.
A confiança é boa mas não é boba. Ela segue dando a corda necessária pelo caminho, mas, se em algum instante a corda se rompe, também ela se rompe e fecha acessos com as mais variadas restrições.
O cheque em branco pode se transformar em prejuízo, mas, de onde saiu o primeiro, dificilmente virá um segundo. Não é de bom gosto brincar com a confiança alheia.
Quem não é de confiança, desconfia até dos próprios pensamentos.
Confiar é se jogar de olhos fechados. O contrário disso é tensão, é medo. É entregar uma chave mas não largar o chaveiro.
A vida sem confiança é um jogo perdido. As bolas para fora sempre serão em maior número, e a verdade desconfiará dos pontos ganhos.
Se na vida está faltando a companhia da confiança, é tempo de convidá-la a entrar, ainda que, para que ela de fato entre e se instale, seja preciso pedir que alguém saia e não volte mais.
De todas as formas de se relacionar consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo, se há uma companhia que não pode ser dispensada, é da confiança.
Ela sozinha despeja incertezas, ciúmes, paranóias, neuroses, desculpas e decepções.
Ainda que novas chances possam ser dadas, só terão valor se vierem acompanhadas de uma dose generosa de confiança. Na dúvida, não assine o cheque.
Publicado em Conti Outra em 18/07/2016.

segunda-feira, julho 18

Culpa, aqui você não se espalha!

A culpa faz o gênero daquelas pessoas que chegam sem ser convidadas, se instalam, falam mais alto que os outros, mandam desligar o ar condicionado e ainda fazem os anfitriões se sentirem incompetentes.
A sua missão é desorientar as convicções, fragilizar as certezas, deixar vulneráveis ações e reações. Dessa forma ela se fortalece, ganha espaço e vai marcando o território até que não haja mais nada nem ninguém livre de sua presença.
A culpa quer ser carregada, alimentada, refrescada, idolatrada. Uma vez dona do espaço, não dará mais um minuto de paz à vítima, e, habitará sem pudores até mesmo os pensamentos da pobre alma. A culpa não aceita desculpas. Não abre mão de suas conquistas, não aceita a porta aberta para sair, e, muito pelo contrário, te culpa se você não a convidar para ficar.
A culpa embarca clandestina numa crítica maldosa. E, num piscar de olhos, ela já é a comandante do barco.
Também entra se esgueirando por preconceitos e pudores artificiais. E mostra a cara quando vira de lado e acusa quem lhe abrigou.
Não há ser vivente sem uma pitada de culpa. É da vida, é consequência de alguns arrependimentos e malfeitos. Mas, e nisso consiste a força que deve ser empregada, essa culpa convidada, só tem por direito ficar até que as coisas voltem aos seus lugares. Não é permitida à culpa, a permanência depois da visita do perdão, das desculpas, do entendimento e libertação.
Se é para certo que somos movidos por tudo o que já vivemos e disso nos moldamos, que a culpa seja parte desprezível nesse processo. Que seja devidamente desalojada, despejada, minimizada, já que não constrói nem nada ensina. E no lugar por onde estava espalhada, que cresça a espontaneidade, o senso de justiça, a empatia.
Em terra onde florescem essas árvores, a culpa nem vinga!

quarta-feira, julho 13

Pessoas opacas não acreditam em arco-íris!

Um vidro embaçado, empoeirado, ensebado. E tudo o que nele pousar, pouco a pouco, vai aderindo à mistura e adicionando mais um grau de dificuldade para se enxergar o que há do outro lado.
Uma lente vencida, há muito sem poder cumprir seu papel de facilitadora, descortinadora, iluminadora. Reduzida a somente um pedaço de material sem serventia e utilidade.
Uma lâmpada queimada, um espelho manchado, uma lanterna fraca, uma pessoa opaca.
Não defendo o brilho excessivo, até mesmo porque brilho demais também ofusca e confunde a visão e as interpretações, mas, uma alma opaca, impedida de detectar luzes, cores, brilhos, da mesma forma não oferece nada além do bege.
Pessoas opacas não percebem a luz que um sorriso gera, não distinguem as cores de um dia feliz, nem tampouco o brilho que uma outra pessoa emite e lhe oferece.
Pessoas opacas creem que a vida é vivida em uma única cor, que toda a mágica da combinação de cores é pura ilusão, que tolos somos todos os que se encantam com o arco-íris.
Pessoas opacas resmungam, reclamam, nunca olham para o céu, muito menos para si mesmas. Não percebem o colorido do seu próprio mundo.
Abrem mão das palavras que clareiam ideias, dos desejos que colorem a rotina, dos abraços e carinhos que provocam uma chuva de brilhos na alma.
Pessoas opacas acordam, vestem seu semblante bege, colocam seus óculos com lentes vencidas, buscam suas imagens no espelho manchado, sequer percebem que a lâmpada do ânimo está queimada, mas seguem, preguiçosas, até a janela, para apreciar a vida através do vidro embaçado. E acham a vida entediante…

sexta-feira, julho 8

Não acorde a inveja adormecida

Ela existe, ela é real, ela perambula e bate em todas as portas, passa por brechas estreitas, se camufla, se mascara. Ela só espera por uma oportunidade, uma mínima chance para se manifestar. Ela é bicho predador, não age por razão e sim por instinto voraz.
A inveja faz parte da coleção de sentimentos humanos. Não é a figurinha mais popular, nem mais cotada, mas tem seu lugar marcado nos álbuns de todos os viventes.
A inveja tem superpoderes e consegue fazer com que a identifiquemos rapidamente no outro, mas quase nunca em nós mesmos, muito embora ela esteja lá e também esteja cá.
Da mesma forma que se luta contra o egoísmo, a avareza e outras sensações non gratas, também é preciso enfrentar a inveja.
Pessoalmente acredito que é uma das mais ferozes lutas internas, mas muito gratificantes quando conseguimos desmaiar essa demônia que nos hipnotiza e desfoca.
Uma vez desmaiada, bela fosse, seria como a heroína do conto de fadas. Mas ela não é bela e muito menos heroína. Que permaneça desacordada.
E, ao contrário da bela que só aguardava um beijo para despertar, esta vilã adormecida acorda com mínimos movimentos, até mesmo com um suspiro descuidado.
É preciso cuidado ao observar o outro, ao digerir notícias, ao receber informações, ao olhar em volta.
Se queremos que nossa inveja permaneça adormecida, é essencial entender que o cenário particular não pode ser comparado a nenhum outro cenário. É imperioso que a observação dos feitos alheios não seja contaminada com comparações e julgamentos. Cada um tem o que tem, na porção exata de êxito e dor. E ai de quem ainda consegue invejar até mesmo uma dor.
O rebuliço interno de uma alma faz ruído que acorda a inveja. Em compensação, a paz de uma vida que não deseja ser espelho nem rival de outra, faz com que o sono da inveja seja cada vez mais profundo. E então não haverá beijo traidor que acorde essa vilã adormecida.

Publicado em Conti Outra em 07/07/2016.

domingo, julho 3

Ventos de mudança nunca trarão resfriados

Mudanças podem ser traumáticas, demoradas, nem sempre planejadas nem digeridas como deveriam, mas chegam e literalmente trocam tudo de lugar. Ou trocam o lugar de tudo, conforme o ponto de vista.
Mudanças nos tiram dos eixos, desconcertam a rotina e os hábitos ficam loucos, esquizofrênicos, repetindo o que guardam na memória e, por um tempo, se recusando a receber e arquivar as novas memórias.
Mas uma mudança sempre traz consigo uma nova perspectiva, um desafio para encarar. Querendo ou não, isso nos move, nos acende e nos empurra para um degrau acima, ou, com habilidade, talvez dois.
Mudar de profissão ou trabalho é dos mais valentes desafios. As mais das vezes significa encarar o tempo vivido como não suficientemente válido para a realização dos projetos da vida. Mas agarrar a coragem e ir mudar tudo, compensa cada medo e frustração já vividos.
Mudar de casa, de cidade, de país é mudar de cenário, é provocar as próprias bases para que também se mudem, caso queiram acompanhar o novo projeto. É aprender a viver em outra arquitetura com outras dificuldades, outros hábitos, outro idioma e pessoas.
Mas no final, de qualquer forma e nas mais diferentes expressões, a grande experiência sempre será a pessoal, a forma de adaptação que cada um cria para encarar a mudança.
Mudar a forma de pensar, mudar de opinião, mudar a cor preferida, mudar estilo de vida, simplificar ou complicar, querer mais ou querer menos, buscar finalmente tudo o que estava há anos escrito nos diários e caderninhos. Mudar é dar à inquietação uma solução para seus temores.
Ventos de mudança nunca trarão resfriados. Ventos de mudança trazem a perspectiva de vida sob outro ponto de vista, novo olhar, novos anseios e oportunidades.
Se ainda assim o medo do resfriado for maior, se a resistência for gigante, vista um casaquinho, coloque um cachecol e experimente uma mudança, ainda que apenas de lado da calçada. Já será uma nova experiência.
E, aos poucos, mude o mundo!